22/08/2009
No começo eram cacos de espelho
Nos empurraram uma paixão que ninguém mais quer.
Ontem li no jornal que a América Latina é o maior pólo de expansão automobilística das montadoras européias e americanas. Casualmente, no mesmo jornal, li que Paris está disponibilizando 15 mil novas bicicletas públicas. A exemplo de Barcelona, além dos ônibus, metrôs, táxis, eles têm bicicletas públicas. Peraí, os carros franceses vendem como nunca no Brasil, e na França os coitados estao andando de bicicleta?
Nao é engraçado. Quem conhece sabe que em Barcelona, Londres ou Paris - entre outras capitais européias - andar de carro é um pepino do tamanho de um ônibus enfiado na traseira do seu popular. Você paga pedágio pra circular no centro da cidade, os estacionamentos custam uma fortuna, quase nenhum edifício tem garagem e a gasolina é cara. Por outro lado as cidade dispõem de bicicletas públicas. Ou seja, a mensagem dos governos europeus para seus cidadãos é muito clara: Não usem carros. E de carona: Não comprem carros. Só que essa última é uma mensagem um tanto incômoda para a indústria automobilística, da qual eles são os donos.
É aí que entra o brasileiro, esse povo apaixonado por carros como ele só. Seremos, com prazer, entupidos pelos carros europeus. Nós brasileiros vamos dar uma força para eles, e comprar todos os carros que eles precisam nos vender para poder andar de bicicleta traquilos. Nossa recompensa será congestionar nossas cidades, poluir o ar, enchernos de estradas e depois morrer felizes, de ataque cardíaco, no meio de um engarrafamento.
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