06/07/2007


"Ô meu Deus!,
pra que serve uma praça!?"

Desabafo de um motorista curitibano.



Recebi este email de um motorista-curitibano indignado com a atenção que se deu ao assunto pracinha do Batel e à controvérsia gerada pela sua semi-demolição para dar lugar a uma rua.

"ABRE ASPAS
(...) Eu não entendo essa gentinha baderneira e do contra, que passa o seu tempo tentando mudar o que está bom. Querendo ir contra aquilo que TODO MUNDO quer! Sim, porque todo mundo que eu conheço tem carro, anda de carro. Fala sério, quem é que hoje anda à pé? Até o marido da minha empregada tem um carro!

A última desses banderneiros é querer convencer as pessoas de que uma pracinha inútil é mais importante do que uma boa rua. O que é que essa gente vê de tão bom numa praça?!
E o que eu não entendo é essa atitude vinda dos nobres moradores do Batel, gente chique e distinta. Eu compreenderia se viesse daquele povo do Uberaba ou Parolin, que odeiam suas casinhas de meia-tigela, ou pior, nem tem casa! Por isso vão matar o tempo nas praças, esses lugares sem graça dos quais, nós curitibanos, temos medo porque são abertas demais e não tem seguranças de terno preto e walkie-talkie. Além do mais, têm cheiro de xixi e são cheias de maloqueiros. Essa gentinha quer praças mas nem consegue fazer praças que prestem. Espaço social, ah por favor! Isso é papo de quem não tem um bom apartamento no qual passar todo o tempo em que não está no shopping ou no carro, ou no carro a caminho do shopping. Nós curitibanos gostamos de ficar em casa. (...)

(...) Pessoas não precisam de praças! vão trabalhar seus vagabundos! E tentem comprar um carro, usado que seja.
Nós e nossos carros precisamos de ruas! Ruas cada vez mais largas porque não temos muita habilidade para dirigir e gostamos de andar no meio das faixas para não bater o retrovisor.
E melhor ainda, deveriam detinar ruas exclusivamente para carros, RUAS SEM ÔNIBUS. Pois os ônibus se acham donos da rua, mas são uma praga da qual morremos de medo pois, bem maiores do que nós, podem nos danificar seriamente numa batida. Preferimos colidir com coisas que se danificam mais que nossos carros; pessoas, por exemplo. Ou então esse motoboys que vivem drogados.

Por isso, mesmo gostando da pracinha do Batel, preferimos ter uma rua mais larga para passar com o carro do que uma praça que só serve para comprarmos flores e jornal.
E, cá entre nós, francamente, a dona da floricultura que arranje outro lugar para vender suas flores, ou melhor, que entregue a domicílio. Porque só tem uma coisa melhor do que andar de carro: é esperar o delivery trancado dentro de casa.
FECHA ASPAS"

3 comentários:

Felipe disse...

Porra nao entendi esse email ... nao é copia do post da pracinha?

Julian Irusta disse...

Acontece que depois que postei o "da pracinha" aqlgumas pessoas apareceram dizendo "isso aí!, deixa o transito fluir". Ou entã, "concordo com você, tem que deixar de lado essa frescura...".
Ou seja, alguns interpretaram essas palavras como se fossem minhas! Como se eu concordasse com essa barbaridade.
Então fiz outro post, na forma de uma carta de um curitibano pra deixar bem claro como eles pensam. E que obviamente não é a forma como eu penso

Anônimo disse...

Ainda bem que esse cara só vive dentro do ap e do carro. Coitado do motoboy do delivery.